junho 08, 2005

Página 4: Expectativa

Verão. Quando a noite é clara, o vento brando e quente, o ar adocicado, no corpo nasce uma febre. Os olhos exigem distâncias, as mãos querem tudo agarrar, os pés, descalços, tateiam o solo e pedem caminhadas. Os ouvidos enchem-se de sons e o som arrasta um odor variado de sugestões. Os pulmões, impacientes, reclamam lufadas de céu. E só respirar, os olhos no alto, é já uma promessa de prazeeeeer.
O corpo agita-se: vai abandonar as fronteiras. E o peito torna-se pequeno para conter toda a expectativa...